terça-feira, 19 de maio de 2009

"As faces de um relacionamento ìntimo."















Meu caro amigo (a),

Preciso colocar algo em pratos limpos. Depois dessas “supostas aulas de sexologia”, resolve reavaliar alguns conceitos sobre o verdadeiro significado de uma relação a dois.
As primeiras perguntas que surgiram, foram as seguintes:
Onde os valores se encaixam nesse momento de intimidade?
Porque homens e mulheres vão pra cama sem nenhuma cumplicidade de sentimentos?
“As ficadas” são formas adequadas, descentes de contato íntimo?

Eu tenho pensando muito sobre estes questionamentos. Talvez seja porque ainda sou o tipo de mulher que não ver o sexo apenas como uma forma de extravasar acúmulos de hormônios, manter a atividade sexual em dia ou de saciar uma necessidade física momentânea. Ainda acredito que é possível fazer sexo com o coração também, não só com o corpo... Deve ser mal de mulheres do signo de peixe! Românticas!

Sei que podem pensar que isso é puro romantismo. Coisa fora de moda! Mas, se pararem pra pensar, assim como estou pensando, verão que, no fundo, tenho um pouco de razão. Pessoas se queixam que os relacionamentos hoje são efêmero, fugaz, que mal conhece o parceiro(a)... Não há tempo, a fila anda! Anda e leva consigo os valores mais íntimos de um homem e de uma mulher... Agora a onda é ficar!

E o que fica de algo assim? Nada! Simplesmente um vazio de que nada aconteceu! Foi apenas “a famosa rapidinha resultante de um fim de noite ou de um encontro casual, nas ficadas noturnas ou nos irrelevantes encontros entre amigos coloridos”.
O trivial é mais simples, menos comprometedor. Não se cultiva cumplicidade, não abre espaço pra que se germine algo diferente, que tenha raízes, que possa florir e quem sabe render alguns frutos. É fácil levar a vida assim, sem depois, sem cobranças, sem peso na consciência...

Mas até quando alguém consegue viver assim! Os anos passam, a juventude também...Um dia a ficha cai! E ai? Voltar não tem como! O que se faz, ao ver que nada restou?

Embora existam pessoas que agem diferentes que não compartilham dessa realidade, ainda resistem a essa forma de realcionamento, supostamente amorosa, que vem permeado os relacionamentos; elas não estão livres de caírem nesta mesmisse. O modismo influência, até, o que é de mais íntimo do ser humano, e ser diferente, é se excluir. E ninguém quer ser apontado como diferente, e assim, de uma forma ou de outra, acabam mergulhando nessa realidade. Do contrário, fica de fora! Ou melhor, fica sozinho...

Não sei se estou sendo taxativa, pedante em relação à forma que estou expondo o meu ponto de vista. Mas, antes que tenham um que pré-julgamento sobre a minha forma de pensar, descreverei aqui algumas formas que tenho de ver o sexo.













A primeira: O Sexo como uma questão fisiológica, aquele que surge nas ficadas da noite, que estimulado por uma dose a mais de estimulantes externos que alteram seus neurônios e aumentam as sinapses de seus neuro-transmissores que, conseqüentemente estimularam a produção excessiva de hormônios que, combinados ao ambiente, irão fazer você desejar está sexualmente com alguém. E como provavelmente, neste momento, você já tenha uma companhia em vista, não haverá contratempos. Também, não haverá necessidade pra um diálogo prévio, porque, como dizem por ai: Rolou a química,e assim, lá vai mais uma experiência. Este é o tipo de sexo que pessoas se entregam impulsivamente. Até acredita-se, naquele momento, que um foi feito pro outro...Rola de tudo! Beijos, abraços, carícias e porque não um extraordinário orgasmo em conjunto. Tudo sai de acordo os conformes! Tomam banho, e o que aconteceu ali se foi, exala-se após o banho, vai pro ralo do banheiro. E, em alguns casos, chegam a trocarem o celular, quem sabe uma próxima vez...


A segunda: O sexo de forma amigável, climático, passageiro, é aquele que tudo é combinado, tem hora marcada, dia determinado...Sexo agendado! Esse ainda tem algumas vantagens sobre o primeiro. Existe um pouco de cumplicidade, não amor, mas respeito à individualidade do parceiro (a)... O diálogo prevalece, as afinidades são conectadas. Tudo muito prático! A formalidade é visível antes do primeiro toque, da troca de caricias... Porém, ao contrário do outro, os estímulos neste são naturais, vem de dentro, ascende-se até uma fogueira que pode levar horas pra apagarem as chamas. Tudo é tão perfeito, que por alguns momentos, um tipo de sentimento semelhante ao amor os envolvem. A satisfação é plena! O orgasmo não está apenas nos órgãos genitais, espalha-se por todo o corpo. Às vezes contamina o coração por alguns segundos. Entretanto, o final é igual ao do primeiro, os corpos se separam, apenas com um diferencial, o que acorreu ali não foi pro ralo... Foi especial! A magia, o encanto daquele momento, por mérito, ficam entre as quatro paredes, embora esquecidos...

A terceira: O sexo como realização de prazer e felicidade. Uma resultante de momentos de plena intimidade, aquela que vem da alma, que os corpos se fundem, tornando únicos. É o Sexo feito estimulado pelo amor, pela necessidade de estarem um no outro. Neste ocorre tudo aquilo que relatei nas minhas postagens em relação o jogo da sedução...Um pensando no outro, um disposto a ceder, pra haver a troca, pra se completarem. No final, quando tudo se concretiza como foi desejado, um adormece nos braços do outro, e tudo que aconteceu ali continuará existindo, lembrado, cultivado.

Espero que depois desse meu relato, você tenha entendido porque me propôs a fazer estes meus questionamentos. É muito triste ver o encanto, a magia e a essência da vida a dois se perdendo. Por mais que as pessoas tentam negligenciar tal fato, ele é real. As pessoas não se conhecem mais ou não querem se conhecer... Como eu disse anteriormente, a FILA ANDA! Não há tempo!

A verdade é que, o homem e a mulher estão cada vez mais se distanciando intimamente um do outro, os sentimentos estão perdendo lugar pra coisas momentâneas, fugazes, banais. E por isso, cada vez mais nos deparamos com pessoas intimamente vazias, solitárias, deprimidas e carentes, embora vestidas de adereços e alegorias, freqüentadoras assíduas de baladas, membros de rodas conversas e rodeadas de amigos, em algum momento estão sozinhas...

Temos o dom de disfarçar nossas angústias, fobias, inseguranças, e ainda somos petulantes, mesmo neste estado, dizemos que somos felizes.


Um comentário:

  1. Muy interesantes orms de ver el amor,pero cual eliges en cada momento? Sacamos la parte espiritual o la animal? ¿Y la mezcla deambas que tal? Complicado y sencillo querida amiga.
    Un fuerte abrazo en lo mas profundo de tu alma.

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