segunda-feira, 2 de novembro de 2009

“Restaram as cinzas...”




















Meu caro amigo (a),

Dizem que quando o fogo da paixão apaga, não há vento que ascenda a chama.
Não há mais volta.
É como acordar de um sonho, e mesmo que se volte a dormir, não há como sonhá-lo novamente.
O sonho acabou.
Acabou, mas restam às cinzas, e não se pode removê-las de um coração.
Restam às cinzas, ficou a lembrança, a saudade...
Melhor pensando bem, se houvesse como removê-las, não restariam recordações.
Mas, o amor de uma forma ou de outra, sempre deixa marcas que não se apagam, cinzas enterradas no coração.
Cinzas que a saudade e a solidão fazem a gentileza de revirá-las dia e noite, fazendo lembrar como eram altas as chamas que ardiam, quando em brasa os corpos queimavam de desejo. Uma fogueira que parecia não ter fim.
Uma paixão ardente, um fogo que queimava dois corpos, fundindo-os em um só. Fica claro, então, entender o porquê de restarem às cinzas...



Não há mais o calor do fogo que aqueceu tantas vezes aquela paixão que insistia consumir de desejo, corpos que se entregavam, rendia-se um ao outro.
A saudade machuca...
Dói sentir as cinzas sufocando, apertando o peito, as lágrimas caindo incessantemente.
Não há mais nada a fazer, a chama apagou. O desejo não a ascende mais. O calor não aquece mais os corpos. Corpo separado não incendeia o outro. Sozinho, o corpo sofre, o coração chora, a alma grita um nome...
Nada que se diga pode expressar a dor que senti.
É difícil aceitar que nada mais existe. Nada mais resta! Só cinzas sombreando o coração, deixando-o frio, escuro.
Não há fogo, nem calor. Só o frio da solidão. Um vazio na alma.
Falta tudo!
Falta à outra parte, o outro corpo.
Falta alguém...
Dele restaram as cinzas.





Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar...
Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre.
(Bob Marley)


Um comentário:

  1. Cuando el fuego de la pasión se apaga...el amor se enfría.
    Excelente tu poema.

    Cálido abrazo

    ResponderExcluir

"Ler é um risco...Comentar é preciso!"