quarta-feira, 16 de setembro de 2009

“Eu e meus outros Eus..."


















Meu caro amigo(a),

Eu andei pensando porque pessoas reprimem seus desejos, anulam sua existência exterior, se refugiam dentro de si, criando seu próprio mundo pra fugir da imensidão que o rodeia.

Não consigo me conter...
Penso demais!
Na verdade, eu só consigo ver o mundo, assim, através de fluxos de pensamentos!

Na vida, nem tudo são flores. Nos que somos audaciosos e enfeitamos tudo, damos um jeitinho ali, outro aqui.
Eu sou assim, tento tornar as coisas menos “espinhosas”. Talvez seja esse o meu mal, sempre dou um jeitinho. Porém, jeitinhos são efêmeros, fugazes, passageiros.
Tudo é muito confuso, incerto...

Às vezes penso sou uma Mulher difícil de entender, complicada...
Será?!!
Mas, isso é uma outra conversa...rsrs


Melhor, pensando bem temos que acreditar que tudo pode mudar, que às vezes o mal vem para o bem. Assim, vamos levando a vida; criando expectativas, elaborando sonhos, cultivando esperanças.
E, ora sepultando mágoas, ora desenterrando recordações, tentando encontrar razões que possam justificar o porquê de tudo.
Só não vale desistir!
A vida é uma batalha constante...


Nos devaneios da vida, nos encontramos sufocados de incertezas e inseguranças.
É nestes instantes recaem sobre nós centenas dúvidas que buscamos solucionar, e mais difícil delas é compreender quem somos.
Foi pensando nisso que resolve falar de “Eu, o vilão da história, ou o herói...”.

Quem é “Eu”?
Era “Eus” ou “Eu”?

Não se espante com essa minha indecisão. Quem sabe depois de ler o que descobri sobre “Eu” você compreenda o que eu quero lhe dizer.

Conheci, no meu fantasioso monólogo interior, uma certa quantidade de “Eus”, que até então desconhecia.















O primeiro que encontrei...
O Eu, o impulsivo, orgulhoso, irredutível, teimoso, e cruel consigo mesmo.
Erra, perde, joga a com vida, aposta sonhos...
Quebra sigilos do coração, os expõem. Não se importa com depois. Percorre caminhos incertos que só lhe traz decepções, tristezas e angústias.
Vai vivendo por viver...
Mas, apesar desses desatinos, não esconde o desejo de “si dar bem”, de conhecer a tal felicidade. Porém, escolhe caminhos sem retorno, de idas, sem voltas.
Faz tudo errado!
Todas as estratégias utilizadas por ele, de nada tem valia, pois no final sempre se encontra perdido.

















Foi descobrindo o primeiro Eu, que encontrei o segundo...
O Eu frágil, embora se mostre autoconfiante, corajoso e determinado.
Incessantemente, busca resposta pra tudo. Mas, o que encontra são meras justificativas que camuflam sua realidade!
No seu íntimo, gostaria de gritar para mundo, tudo que tem sufocado dentro dele_ as angústias escondidas nos olhos que sufocam lágrimas, lábios que prendem soluços, e as tristezas, que vestidas de alegrias, se mostram deslumbrantes.
Como ele deseja pedir socorro, mas se cala! Porque se ele gritar, entregar os pontos, quem vai segurar a barra quando o primeiro “tropeçar e cair”.
É necessário que haja equilíbrio e serenidade na luta por uma existência...
Um deles tem que ser assim! Alguém tem que conduzir a bússola do tempo, segurar as rédeas e estabelecer uma certa harmonia, mesmo que seja instável.
E assim, seguem juntos...
De uma coisa pode-se ter certeza, vão está sempre ali.


Ainda havia um terceiro...
Este vivenciava com exatidão as coisas a sua realidade exterior.
É audacioso e ambicioso, sonha com o além do permitido.
Em silêncio, coloca cada coisa em seu lugar.
Construiu um mundo só dele, no intuito de encontrar um sentido pra sua existência.
Omiti para os demais “Eus” segredos que julga só a ele pertencer.
Sonha em se libertar, trilhar novos caminhos em direção a felicidade; acredita que pode alcançá-la.
Para transitar entre mundo exterior e o seu mundo interior, em busca de realizações e liberdade, construiu uma ponte, uma “corda bamba” que só ele arrisca atravessá-la.
No “vai e vem”, das idas e vindas, de um lado para ou outro, um turbilhão de emoções, sentimentos e desejos contaminam e conduzem-no. Faz dele diferente, o “Sonhador”!

Depois de encontrá-lo, já no final desse meu monólogo interior, tentei encontrar uma resposta que me fizesse entender o que aconteceria, se “Eu” rompesse com os outros “Eus”, e tentasse viver do outro lado, que só Eu conhecia...
Compreendi que antes de qualquer coisa, era preciso coragem para
EU CORTAR A CORDA...
É uma tolice tentar se refugiar em si mesmo, deixar de viver a realidade, colocando-se em cárcere privado por receio de lutar pelo desejo de ser feliz.
Fugir, criando monólogos interiores de personagens que se resumem em um só, o “Eu”, é desistir de viver, sonhar e acreditar que somos capazes de superar nossos limites e ultrapassar as barreiras que a vida nos impõem.
Problemas, dificuldades, indecisões, inseguranças são desafios, e o que nos leva a superá-los é o “Desejo de Ser...”.
Este é quem impulsiona a mola mestra da vida.

“O desejo não é nem o apetite da satisfação nem a demanda de amor, mas a diferença que resulta da subtração do primeiro da segunda, o fenômeno mesmo da sua fenda. Ou, se preferirmos, o desejo se esboça na margem, onde a demanda se desgarra na necessidade. O desejo não pode mostrar abertamente a sua cara, por definição, está recalcado, ou em outras palavras, ele não se pode dizer-se totalmente, ou esgotar-se no dizer”.(Lancan, 1960)

Melhor, pensando bem...
O desejo do Eu é inominável!
Suas razões inexplicáveis...

Qualquer semelhança de “Eus” com “Eu” será mera coincidência.



Um comentário:

  1. Como me alegro de saber de ti..cuanto tiempo sin verte..me lagró tu aparición..bienvenida

    cálido abrazo

    ResponderExcluir

"Ler é um risco...Comentar é preciso!"